13 maio 2009

Notícias do Movimento Orgulho Autista DF

Inclusão ainda não é realidade para pessoas portadores de autismo

02/04/2009 - Gilberto Costa - Agência Brasil

Conscientização sobre o autismo

A Associação de Pais e Amigos de Pessoas Especiais (Apape) recebeu hoje (2), Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, o prêmio Orgulho Autista. A entidade funciona como lar de apoio e presta assistência médica e jurídica às famílias, além de desenvolver atividades de lazer para crianças com necessidades especiais. O prêmio foi entregue nos estúdios da Rádio Nacional.

A entidade foi criada há quatro anos pela moradora de Belo Horizonte (MG) Estela Maris Guillen de Souza com o auxílio de outros pais. Mãe de três filhos, Estela afirma que, por duas décadas, desde que a síndrome foi diagnosticada no filho mais velho de 22 anos, conviveu com situações de preconceito e constrangimento em função do comportamento "diferente" da criança.

"A sociedade não está preparada para a diversidade", avalia a presidente da Apape. "As pessoas não compreendem atitudes, digamos, bizarras." Para Estela, faltam campanhas educativas e maior atenção da imprensa para "conscientizar a sociedade e o poder público" de que são necessárias iniciativas mais efetivas de atendimento e inclusão.

Desmistificando a síndrome do autismo

A premiação à Apape foi promovida pelo Movimento Orgulho Autista Brasil, que também realizou um seminário, em parceria com a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, para tratar de questões como autismo e segurança pública; direitos dos portadores e familiares; atendimento na rede pública; e o financiamento das políticas públicas.

De acordo com os organizadores, os eventos foram criados para desmistificar a síndrome do autismo. "Tem autista que faz faculdade", assinala Estela Maris.

"As pessoas que são tratadas e que não têm comprometimento da inteligência estão aí convivendo com a gente e a gente não sabe", destaca o psiquiatra infantil Walter Camargos Júnior.

Como é o autismo?

Segundo o médico, o autismo pode estar vinculado a outros problemas mentais que agravam a síndrome, mas isso não é regra. Ele afirma que ainda não há exame clínico, teste psicológico ou tecnologia que forneça o diagnóstico.

De acordo com o especialista, a síndrome tem início na infância (antes dos 3 anos), quando ocorrem "mudanças químicas, neurológicas no processo orgânico" e afeta mais os meninos do que as meninas.

Camargos Júnior explica que o autismo "não é uma ausência", como costuma ser taxado no senso comum, mas "comprometimentos" na capacidade da criança de se relacionar com outras pessoas.

Segundo ele, o autista olha pouco para as pessoas, não reconhece nome e tem dificuldade de interação pessoal. Atrasos na linguagem verbal e não-verbal (corporal e gestual), comportamentos restritos, repetitivos e sem sentidos também são características da síndrome.

Diagnóstico do autismo

Em parceria com o Movimento Orgulho Autista Brasil, o psiquiatra finaliza este mês um vídeo que auxiliará na identificação de autismo em bebês.

Ele afirma que o tratamento é feito com auxílio de um grupo de reabilitação (com fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicóloga e professores) e se diferencia de acordo com "a gravidade do quadro" e outros fatores como a situação familiar, o diagnóstico precoce e a simultaneidade de doenças mentais e degenerativas.

O especialista afirma que o diagnóstico precoce é importante e que os pais devem questionar o pediatra caso suspeitem que o filho tenha a síndrome. "Seja direto e objetivo pergunte se o médico entende do assunto e, se não, se sabe indicar alguém que entenda", aconselha Camargos Júnior.

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

Notícias do Movimento Orgulho Autista DF






2 de Abril de 2009 -Associação diz que faltam iniciativas para inclusão de pessoas com autismo

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil





Brasília - A Associação de Pais e Amigos de Pessoas Especiais (Apape) recebeu hoje (2), Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, o prêmio Orgulho Autista. A entidade funciona como lar de apoio e presta assistência médica e jurídica às famílias, além de desenvolver atividades de lazer para crianças com necessidades especiais. O prêmio foi entregue nos estúdios da Rádio Nacional AM (emissora da Empresa Brasil de Comunicação).

A entidade foi criada há quatro anos pela moradora de Belo Horizonte (MG) Estela Maris Guillen de Souza com o auxílio de outros pais. Mãe de três filhos, Estela afirma que, por duas décadas, desde que a síndrome foi diagnosticada no filho mais velho de 22 anos, conviveu com situações de preconceito e constrangimento em função do comportamento "diferente" da criança.

“A sociedade não está preparada para a diversidade”, avalia a presidente da Apape. “As pessoas não compreendem atitudes, digamos, bizarras." Para Estela, faltam campanhas educativas e maior atenção da imprensa para “conscientizar a sociedade e o poder público” de que são necessárias iniciativas mais efetivas de atendimento e inclusão.

A premiação à Apape foi promovida pelo Movimento Orgulho Autista Brasil, que também realizou seminário, em parceria com a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, para tratar de questões como autismo e segurança pública; direitos dos portadores e familiares; atendimento na rede pública; e o financiamento das políticas públicas.

De acordo com os organizadores, os eventos foram criados para desmistificar a síndrome do autismo. “Tem autista que faz faculdade”, assinala Estela Maris.

"As pessoas que são tratadas e que não têm comprometimento da inteligência estão aí convivendo com a gente e a gente não sabe”, destaca o psiquiatra infantil Walter Camargos Júnior.

Segundo o médico, o autismo pode estar vinculado a outros problemas mentais que agravam a síndrome, mas isso não é regra. Ele afirma que ainda não há exame clínico, teste psicológico ou tecnologia que forneça o diagnóstico.

De acordo com o especialista, a síndrome tem início na infância (antes dos 3 anos), quando ocorrem “mudanças químicas, neurológicas no processo orgânico” e afeta mais os meninos do que as meninas.

Camargos Júnior explica que o autismo “não é uma ausência”, como costuma ser taxado no senso comum, mas “comprometimentos” na capacidade da criança de se relacionar com outras pessoas.

Segundo ele, o autista olha pouco para as pessoas, não reconhece nome e tem dificuldade de interação pessoal. Atrasos na linguagem verbal e não-verbal (corporal e gestual), comportamentos restritos, repetitivos e sem sentidos também são características da síndrome.

Em parceria com o Movimento Orgulho Autista Brasil, o psiquiatra finaliza este mês um vídeo que auxiliará na identificação de autismo em bebês.

Ele afirma que o tratamento é feito com auxílio de um grupo de reabilitação (com fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicóloga e professores) e se diferencia de acordo com “a gravidade do quadro” e outros fatores como a situação familiar, o diagnóstico precoce e a simultaneidade de doenças mentais e degenerativas.

O especialista afirma que o diagnóstico precoce é importante e que os pais devem questionar o pediatra caso suspeitem que o filho tenha a síndrome. "Seja direto e objetivo pergunte se o médico entende do assunto e, se não, se sabe indicar alguém que entenda”, aconselha Camargos Júnior.

11 maio 2009

Mãe...Obrigada por existir

A todas as mães de hoje, as que se foram e aquelas que são desprezadas pelos filhos e maridos, desejo que este dia seja de reflexão interior, que possamos todos os dias lembrar desta que muito sofreu por nós...

Em especial à minha mãe Norma.

Se não fosse você a me gerar, me incentivar,
brigar por que errei, dizer sim, e também dizer não...
Quem seria eu?!
Muitas vezes te reprovei, achava que as coisas que dizia era exagero
Mas você me perdoou, porque eu era adolescente, meu mundo era diferente do seu

Mas hoje sendo mãe, faço a mesma coisa que você (risos)
Meus filhos me acham chata, que falo demais, mas sabe
aprendi com você, sou igualzinha à minha mãe, é o que dizem...
não me importo com isso, porque tenho orgulho de ser igual a você

Alguém de caráter, sincera, acredita nas pessoas,
sempre pronta a ajudar alguém, suas palavras
estão ali, me dizendo o que fazer, mesmo eu sendo já adulta
Seus conselhos não esgotam, e eu hoje compreendo

Mesmo longe sei que oras por mim
Sei que me amas, e que nunca irás
deixar de me ajudar, com suas palavras e
seu colo...

Mãe neste dia, e em todos quero lhe homenagear
pois seu dia não é só esse, e sim todos os 365 dias do ano
és minha mãe, mulher guerreira, amada, meu anjo para sempre!

Te amo mãe, você está aqui comigo sempre

Confira a história de mães muito especiais

Patrícia Heiderich fundou a Ong Instituto Meta Social
Rótulo dado a pessoas com deficiência se aplica melhor às mulheres que os geraram e os ajudam a florescer

Sonhos e fantasias crescem junto com a barriga das grávidas, nos nove meses de simbiose. Mas o parto impõe o rompimento do vínculo uterino e traz à luz o filho real, que pode ser diferente do idealizado, fora do padrão dito “normal”. Mães de crianças com deficiência não negam: a notícia é um choque. Logo percebem a inexorável impossibilidade da perfeição que cedo ou tarde se revela a todos, o que lhes exige mais do que uma mudança de rota e de vida. É a prova de fogo do amor incondicional. Especiais são elas, que dispensam pena, lutam contra o preconceito e não poupam esforços para que suas crias expandam os próprios limites.

Patrícia Piancastelli Heiderich, de 46 anos, é mãe de Tathiana, hoje com 24. Ela descobriu que a menina tinha Síndrome de Down apenas na maternidade, numa época em que os exames pré-natais eram menos precisos. A tristeza a dominou. “Eu era jovem e não tinha nenhum fator de risco. Recebi a notícia do médico de forma inadequada, estava sozinha, tentando amamentá-la. A imagem do deficiente incapaz estava impregnada em mim”, afirma.

Foi um momento de luto que, em suas próprias palavras, virou luta. Patrícia decidiu batalhar para que Tathiana crescesse da melhor forma possível numa sociedade tacanha e restritiva. De negativa em negativa a cada vez que tentava matricular a filha na natação, no balé, na atividade que fosse, fartou-se da ignorância e decidiu, com uma amiga, fundar o Instituto Meta Social, Organização Não-Governamental (ONG) que há 15 anos trabalha a conscientização por meio da mídia e criou a mais popular campanha sobre o tema já realizada no Brasil: “Ser diferente é normal.”
[...]

Longa espera

Uma notícia que não vinha. Assim foi o diagnóstico de Matheus, de 12 anos, que tem Síndrome de Asperger, transtorno do espectro autista que provoca problemas de comunicação, interação social e aprendizado. Aos 3 anos, o menino ainda não falava. Foi quando a mãe, Rosana Leh Dias, de 42, iniciou a peregrinação por especialistas das mais diversas áreas.

“Ouvi de tudo, até que ele tinha esquizofrenia. Passamos por neurologistas, psicólogos, fizemos todos os tipos de exames. E íamos tratando sintomas, fazendo fono, terapia... Tudo sem saber direito o que ele tinha. Só aos 9 anos um psiquiatra infantil fez o diagnóstico correto”, conta Rosana, ex-secretária executiva que abandonou a carreira pelo filho.

Para ela, o pior foi essa indefinição. “O mais angustiante para uma mãe é não saber o que o filho tem para poder tratá-lo da melhor forma”, avalia. Mas a depressão nunca frequentou sua casa. “Como é que ele se sentiria, sabendo ser o causador dessa dor?”, raciocina. Além do que, ela diz não ter motivos para lamentações. Matheus é afetuoso, inteligente e cursa o 6º ano do Ensino Fundamental numa escola regular, apenas um período atrasado com relação à idade.
“No pré-escolar, houve o consenso de que seria melhor para ele ser alfabetizado no ano seguinte. Hoje, só recebo elogios pelo seu rendimento”, diz a mãe, que virou uma especialista em Asperger e até disponibiliza material para consultas em seu blog (http://ce.dias.blog.uol.com.br).

Reportagem: Cosmo Online